04/03/2014

Meta-análise – metaanálise -- meta análise – metanálise


Recomendável: metanálise, forma oficial, grafia única presente no  VOLP (Voc. Ort., Academia Bras. Letras, 2009). A elisão da letra a e a raiz met- com o mesmo significado de meta está registrada noAurélio, no Houaiss e em outros dicionários de referância. Há exemplos a montão de termos com essa elisão, que legitimam metanálise: metemoglobina, metempsicose, metemptose, metencéfalo, metonímia, metonomásia, métopa.

O termo mais usado é meta-análise, como se depara nas páginas de busca da internet. Em uma delas, Google Acadêmico, registram-se 6.970 ocorrências de metanálise e 11.300 de meta-análise. No site BVS nos textos em portugues, há 26 grafias de metanálise e 9 meta-análise (acesso em 1.o-3-2014). A forma hifenizada tem forte influência do inglês meta-analysis, o que mostra uma tendência dos tradutores com base em textos originais naquele idioma. De acordo com a nova reforma ortográfica o termo meta-análise obedece à regra de não haver repetição das mesma vogais entre um afixo e o componente seguinte: em lugar de metaanálise, se escreverá meta-análise. Em vez de antiinflamatório, anti-inflamatório. E oportuno acrescentar que a reforma não foi ainda aprovada como obrigatória pela presidência da República que adiou para este ano sua avaliação final. Contudo, de acordo com as disposições gramaticais correntias, o prefixo meta- liga-se sem hífen ao termo seguinte (Folha de São Paulo. Novo manual de redação. São Paulo: Folha de São Paulo; 1992. p. 262; Luft CP. Novo manual de português: gramática, ortografia oficial, redação, literatura, textos e teses. 8 ed. São Paulo: Globo; 1990. p. 205; Kury AG. Para falar e escrever melhor o português. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1989. p.55).

À luz das disposições gramaticais correntes, meta análise e metaanálise são composições irregulares, pois não é de norma usar um termo de composição como nome autônomo e, conforme o novo acordo ortográfico, separa-se com hífen a união de duas mesmas vogais em um mesmo vocábulo pertencentes a afixos distintos, salvo algumas exceções (coordenar, cooperar e outros). Essa regra justifica meta-análise.

Acrescenta-se que a simplificação com o encurtamento dos termos, no caso de metanálise, é recomendação comum e tendência habitual em redação científica, com numerosos exemplos espalhados no idioma. 

É comum a omissão da última vogal de um elemento de composição quando o termo seguinte é iniciado por vogal: gastrenterite, pancreatectomia, esplenectomia, parenteral. Metanálise e meta-análise são formas existentes na linguagem, o que as torna fatos da língua e, daí, serem plenamente usáveis. Contudo, como a forma legal e oficial é metanálise, oficialmente indicada no Volp, convém adotá-la como preferencial em comunicações formais, sobretudo como nome técnico de um tipo de revisão sistemática científica sem que as outras formas sejam rejeitadas e apontadas como erradas. Considera-se que seria questionável o uso preferencial é técnico ser desconforme à norma de lei. Penso que mais seguro ficar ao lado dela. Pode ser que mude.

Simônides Bacelar
Brasília, DF